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Lá fora e aqui dentro.

O ano  é  2020.   O planeta vive o auge de sua transição. O mundo vive as dores de uma pandemia. A humanidade luta todos os dias contra suas  más  tendências: agora não tem mais saída.   Fomos poupados de uma única grande guerra na superfície para dar lugar a outras duas mais discretas: a do interior de cada um e aquela que acontece no  invisível  do universo. Ambas entre as duas extremidades mais conhecidas por todos: o bem, o mal.   Diante de todo este conflito que tem dia e hora para acabar, um  coração  ama.   É  só  um  coração . Mais nada. Banal. Prosaico.   Não tem poderes especiais.  Não  pode curar o mundo.  Não  sabe de todas as verdades.    E como todo coração, as vezes dói, as vezes chora, se decepciona e se encolhe.   Mas, ama.    E só por isso, entende, que mesmo com todos os problemas que a vida lhe propõe, e tantos outros que as suas escolhas lhe impuseram, ainda que as obrigações do dia ( ou desta vida ) lhe pesem as vezes no peito, mesmo que a ingratidão bata na porta

A etimologia da coragem é o que nos salva

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P ossivelmente o mais antigo conselho e consequentemente o mais dado é aquele que nos alerta em 'não criarmos expectativas'. Quando esperamos qualquer retorno que não dependa unicamente de nossas próprias ações, crenças e moral, estamos na quase totalidade fadados à decepção; pois somos únicos, cada um dentro de seu ego e de seu caminho de experiências. E é com base neste cardápio pessoal e intransferível que criamos nossas atitudes. Deste modo, não deveríamos em tempo algum acreditar que o outro,  que nasceu e viveu com diretrizes bem diferentes das nossas, faça as mesmas escolhas e acredite nos mesmo preceitos. O mundo é um só; mas fazemos parte de grande diversidade que ele traz. N o entanto, de vez em quando , esbarramos por aí com alguns afins: nos sentimos em casa e os chamamos de amigos. Hoje em dia, como resultado dos tantos valores deturpados e das muitas dores que eles trazem, muitos carregam com orgulho falsas alegorias que lhes permitem viver em grupos que f

Platonismos ou as estórias que não fazem parte da história

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Hoje eu enxergo nossa trajetória completa; o que me mostra que cumpriu-se sua missão. Sim, porque não podemos enxergar todo o caminho se não estivermos no fim dele. Da metade só se sabe da metade. A vida é mesmo o que acontece enquanto nossa mente divaga nas preocupações do presente, planos para o futuro e lembranças do passado. E quando um dia despertamos vemos como cada palavra, cada olhar, cada piada, cada minuto foi importante para a chegada neste final. Aprendemos sobre o outro e um com o outro. Inspiramo-nos sem perceber. Tínhamos prazer em nossa companhia e certamente não demos ouvidos muitas vezes a certos pré-sentimentos. Construímos o caminho do fim, e foi divertido, até aqui. Dificilmente conseguiremos voltar a ingenuidade inicial que decorou perfeitamente esta relação. Perdemos as rédeas do politicamente correto aos três minutos do segundo tempo, no nosso        tie-break, mas pulamos a tempo de não cairmos neste precipício. Como tudo que nasce e cresce sem que se p

Só é passageiro o que não quer ficar

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Dizem que nada é cem por cento certo ou errado e cabe a cada um julgar, segundo suas experiências e ensinamentos adquiridos durante a vida, o que melhor lhe aprouver. Dizem que verdades não são absolutas e, admirem-se, existem até uns e outros que dizem provar que dois e dois podem até não ser quatro. E por mais que eu respeite o direito de todos a serem como quiserem e melhor entenderem, tenho sérias dificuldades em aceitar meio termos. Não sei lidar com mornos. Indefinições me confundem, me tiram a paz e me afastam. Geralmente em definitivo. Acredito que tudo que merece atenção tem sequência. Por isso passamos mais de dez anos de nossas vidas indo diariamente a uma escola. Mais de quatro  a uma faculdade. Regamos a planta que nos dá um fruto. Suamos a camisa na academia. Investimos em cursos . Mandamos mensagem de bom dia, boa tarde e boa noite. Queremos resultado. Queremos dar sequência àquilo que nos traz lucro, seja ele financeiro, emocional, físico ou moral.
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O Quintal João era bem simples. Tinha uma casinha simples, um carrinho simples, um emprego que pagava as contas e alguns poucos e bons amigos. Mas tinha um detalhe na vida de João que não era nada simples: seu quintal. Sim. Por detras de sua casinha simples (e da simplicidade do próprio) existia um lindo quintal.  Tinha árvores que além de frutos frescos também trazia a sombra e o frescor nos dias de calor. Debaixo deles tinha a tranquilidade de repousar e ver o dia passar qu ando queria. Nele podia ter a companhia de seus bichinhos que eram como família: dois cachorros, um gato e até um papagaio que lhe tirava boas risadas nos dias mais tristes. E não era só isso: era belo. Com flores coloridas e gramado baixo que tornava tudo muito agradável a vista. Mas, infelizmente, João estava a procura de um lugar para morar. Uma casa maior, que pudesse atender melhor suas necessidades, onde pudesse ter mais segurança, muros mais altos, e pudesse guardar um carro que ainda nem tinha; procurav

Só você não sabia!

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E de repente, não mais que de repente, você se descobre ( ou seria mas acertado dizer “redescobre”) apaixonado. Sim porque até agora ele era só mais um cara. Na verdade, você nem ia com a cara dele. Achava metido, nojento, antipático, aquele tipo que se acha e nem é isso tudo pra poder se achar. Clássico né! Agora é você quem acha que ele é muita coisa. Antes ele entrava todo dia no mesmo lugar que você e você nem o notava. Ou notava simplesmente que ele usava a mesma camiseta todo dia e pensava “ que horrível, ele não tem outra? Sera que lava esta antes de usar de novo?”  ...várias críticas embutidas no que viria a ser o objeto de seu afeto. Nem a barba por fazer que sempre foi seu fraco te comovia. Muitos menos os olhos de cristal. Pra você: vidro. Não refletiam nada de você. Mas ai , uma dia, ele te olha e você repara. E no outro dia. E no outro dia. E aquilo te incomoda da melhor maneira que um incômodo possa acontecer. E , só por brincadeira (disse

Eu sei quem sou, e vc?

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A decepção faz parte da vida. E com ela e atravez dela que a gente aprende um mundo de licoes: conhecemos melhor   as pessoas, as situacoes mas, principalmente,   conhecemos melhor   a nos mesmos. Pra alguns, a lição eh longa. Ela eh feita de uma serie de decepcoes consecutivas envolvendo o mesmo fato ou a mesma pessoa para que finalmente em algum momento ela perceba que aquilo não era exatamente o que se pensava. Para esses, acredito , a dor da decepção eh mais leve, porque ela se compõe de pequenas alfinetadas constantes: como se fosse dividida em prestacoes. Pra outros, tudo acontece muito rápido. Através da observação constante das pessoas e dos ambientes,   fica fácil entender cada ato mal intencionado ou mesmo as palavras muitas vezes falsas. Neste caso, eu acho que a dor e maior...porque ela simplesmente não eh dividida. Ela chega de supetao, e de uma só vez, e te pega meio despreparada, ate porque você vê tudo acontecendo, quase que em camera lenta, bem na sua frente. Para mim,